Medos e certezas da alimentação do meu bebé
O início da alimentação complementar para mim era um "pesadelo", estava cheia de dúvidas e receios:
- E se as comidas que fizer forem pouco interessantes para ela?
- E se ela se engasga?
- E se faz alergia a um alimento e eu não me apercebo?
- E que quantidade devo dar de sopa?
- Quando começo a dar segundo prato ou sobremesa?
- E por onde começo?
E se, e se, e se, as dúvidas continuavam e a altura de começar a comidinha aproximava-se, a amamentação estava a ser tão fácil e agora era preciso inserir mais uma rotina no nosso dia a dia e eu não estava a ver como.A única certeza que tinha era que sal, açúcar e comidas/papas de compra não iam ser opção.
A Beatriz fez seis meses, e eu por ainda não me sentir preparada e também pelo facto dela ter nascido às 36 semanas, quis adiar mais um pouco a alimentação. Quando me apercebi que os medos já estavam a passar e ela cada vez se mostrava mais curiosa pela comida, decidi que seria no X dia. Muni-me do máximo de informação que consegui, (tal como tenho feito desde que engravidei, devoro artigos, livros, vídeos e afins), sigo uns quantos blogs e páginas no Facebook sobre alimentação, e tenho alguns livros de culinária em casa que consigo adaptar para ela, com base nisso vamos começar esta aventura de sabores.
Sei que vou ser exigente com a alimentação da Beatriz, não quero que ela coma açúcar até aos três anos pelo menos, não quero que coma bolachas de supermercado, não quero que coma cerelac, papas nutriben e afins, quero que pelo menos, enquanto conseguir controlar o que ela come, que seja o mais saudável possível, afinal de contas, ela tem uma vida inteira para comer essas coisas. Sei que não vou estar lá o tempo todo a dizer que não pode comer isto ou aquilo, mas enquanto puder e enquanto ela me ouvir (daqui a uns anos isso termina), quero que ela coma o melhor possível.
Tenho noção que muitos vão dizer "Eu comia e estou aqui"; "Tu comias isso e não morreste", blá blá blá, mas uma frase que me acompanha desde o início e que utilizo para argumentar, responde bem a isso: "A mãe sou eu, eu é que mando!".
Há uns 20/30 anos atrás o conceito de bebé saudável era bem diferente do de hoje em dia. Antigamente um bebé rechonchudo e que comesse de tudo é que era, hoje em dia, felizmente para a nós também, a medicina evoluiu e mostrou-nos que estávamos errados, um bebé gordo tem maior tendência a tornar-se num adulto obeso, e muitas das coisas que damos às nossas crianças estão carregadas de açúcar, sal e concentrados, que para além de viciarem o paladar, fazem mal. Mesmo artigos supostamente feitos para bebés estão carregados de açúcar, e porquê se um bebé não o pode comer? Porque foram feitos para vender e não a pensar na saúde dos nossos bebés.
Devemos ler os rótulos com atenção, tudo o que tenha nomes esquisitos é açúcar, faz mal. Entre fazer uma papa caseira ou de compra, dar uma bolacha Maria ou umas bolachas caseiras, o saudável e caseiro é sempre a melhor solução, sabemos o que estão realmente a comer, e o trabalho é praticamente o mesmo.
Tenho receitas de bolachas e papas caseiras que vou partilhar também. Uma vez li um artigo que dizia "Num país onde até os médicos mandam dar bolacha Maria a um bebé com menos de três anos é porque alguma coisa está muito mal", isto nunca mais me saiu da cabeça, devemos informar-nos bem do que eles estão realmente a comer!
Por agora, mostro-vos o "material" que já temos para começarmos as refeições com alegria.
- Babete com mangas, compramos no IKEA;
- Copo da Avent que impede que se entorne água, espectacular!!
- Chupeta para sólidos, comprei porque sinceramente ainda não sei se adiro ao BLW* ou não... Mas isso pode ficar para um outro post;
- Conjunto de prato, tacinha, copo e colher da Tuc Tuc, foram oferecidos pelos padrinhos da Beatriz, a colher é um máximo!!
*BLW - Baby Led Weaning, a expressão foi criada por Gill Rapley e trata-se de um método de introdução alimentar que consiste em oferecer os alimentos em pedaços ao bebé.
Num outro post mostro-vos as farinhas que já comprei para fazer as papinhas da Beatriz.
Cá em casa optamos por esta via e iremos fazer de tudo para que seja um sucesso.
Depois de se elaborar um plano alimentar, o segundo passo importante é conseguir o apoio e o consenso do pai, assim quando outras vozes se levantarem, sabemos que estamos em sintonia e as restantes opiniões serão menos permeáveis.
Boa sorte no vosso começo também! ;)